partículas de musgo opiácio
e ventos de fumo azulado
cobrem-lhe os braços.
De folhas caídas se vestiram
de frutos secos se alimentaram
e, ao som da água,
libelinhas dançaram.
Os ramos erguem o paraíso,
pássaros movem-se nos arbustos
e, nos cabelos dourados,
pétalas e areia se entrelaçam.
No palco de pedra encenaram
a peça da vida e do sonho
e, no vento agreste,
tintas de algodão pintaram um olho.
Silenciosos,
contemplaram o repuxo de cores
na fresta azul do céu.
Deitaram-se no musgo
húmido de gotas de chuva
e cogumelos imaginários.
A Terra riu e chorou,
as nuvens desenharam imagens
e o arco-íris de fechou
para mais uma longa viagem...
Poema que escrevi em 2002 em Ovar
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