11 janeiro 2009

Comboio-fantasma


Nua,
flutua nas águas
transparentes...

A areia acaricia as pernas
numa despedida...

A lua pinta no céu
- bolacha amarela
deserta de estrelas...

E,
sozinha na estação
espera o comboio-fantasma...

Um morango cresce
no ácido sulfúrico da cidade...

Uma flor chora
no cinzento dos carris...

E,
a saliva escorre
nas heras das janelas
partidas...


Poema que escrevi em 2001
numa estação de comboios

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